O Plano de Vacinação Covid-19 foi apresentado no dia 3 de dezembro pela
equipa coordenadora que o desenhou, pela Ministra da Saúde e pelo Primeiro-
Ministro. O Governo e a task-force criada para a elaboração do documento
definiram os grupos prioritários a quem a vacina deve ser administrada,
estabeleceram as fases de vacinação, conceberam a logística de todo o
processo e encarregaram-se de garantir a sua segurança.
Os Países Baixos suspenderam domingo, por precaução, a vacina
contra a covid-19 da AstraZeneca, até 28 de março, depois de se terem
registado possíveis efeitos secundários na Dinamarca e na Noruega.
Com base em novas informações, a Autoridade holandesa do medicamento
aconselhou, como medida de precaução e enquanto se aguarda investigação
adicional, a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca contra a
covid-19, anunciou o ministério da Saúde holandês num comunicado citado
pela Agência France Presse.
Para o ministro da saúde holandês, Hugo de Jonge, citado no comunicado, a
questão crucial é de saber se são queixas depois da vacinação ou devido à
vacinação.
Não deve haver dúvidas sobre as vacinas. Devemos sempre ter cuidado, por
isso é aconselhável pressionar o botão de pausa por precaução, acrescentou
De acordo com o ministério da Saúde, não há registo de casos semelhantes
nos Países Baixos. No entanto, a tutela aconselha os cidadãos que tomaram a
vacina a contactarem o seu médico, caso apresentem sintomas inesperados
e/ou desconhecidos" três dias após a vacinação.
De acordo com o ministério da Saúde, não há registo de casos semelhantes
nos Países Baixos. No entanto, a tutela aconselha os cidadãos que tomaram a
vacina a contactarem o seu médico, caso apresentem sintomas inesperados
e/ou desconhecidos três dias após a vacinação.
Os Países Baixos juntam-se assim a outros países europeus onde a vacina da
AstraZeneca foi suspensa.
As autoridades de saúde irlandesas recomendaram ontem a suspensão da
administração da vacina AstraZeneca contra a covid-19 como medida de
precaução, após relatos de casos de formação de coágulos sanguíneos em
pessoas vacinadas na Noruega.
A recomendação do Comité do Programa de Vacinação na Irlanda foi emitida
depois de um relatório da Agência Norueguesa de Produtos de Saúde ter
reportado quatro novos casos graves de coágulos sanguíneos em adultos
depois de terem recebido a vacina do laboratório anglo-sueco.
A Noruega, a Dinamarca e a Islândia anunciaram na quinta-feira a suspensão
das injeções da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, invocando o princípio
da precaução devido aos receios relacionados com a formação de coágulos
sanguíneos.
A Bulgária fez o mesmo na sexta-feira e a Tailândia atrasou a sua campanha.
Já no início desta semana, a Áustria parou de administrar um lote de vacinas
da AstraZeneca após a morte de uma enfermeira, de 49 anos, devido a graves
problemas de coagulação alguns dias após ter sido vacinada.
Em resposta, o grupo farmacêutico disse na sexta-feira que a sua vacina não
implica qualquer risco agravado de formação de coágulos sanguíneos.
Também na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde afirmou que não há
razão para não usar aquela vacina.
Em Portugal, a Direção-Geral de Saúde e o Infarmed afirmaram hoje que a
vacina da AstraZeneca pode continuar a ser administrada, sublinhando que
não há evidência de ligação com os casos tromboembólicos registados noutros
países.
Num comunicado conjunto, a DGS e o Infarmed adiantou que o Sistema de
Farmacovigilância registou até hoje no país dois casos de eventos
tromboembólicos após a tomada da vacina da AstraZeneca, sendo que não
apresentam o mesmo padrão clínico dos que se encontram em avaliação pelo
Comité de Segurança da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.649.334 mortos no mundo,
resultantes de mais de 119,4 milhões de casos de infeção, segundo um
balanço feito pela agência francesa AFP.
Toda a população portuguesa poderá ser vacinada, desde que seja elegível de
acordo com as indicações clínicas aprovadas para cada vacina na União
Europeia. Contudo, foram definidos grupos prioritários, por estarem mais
vulneráveis à COVID-19.
Segundo o plano de vacinação, que pode sofrer alterações em função da
evolução do conhecimento científico e das indicações e contraindicações que
venham a ser aprovadas pela Agência Europeia de Medicamentos, a estratégia
de vacinação será a seguinte:
Fase 1
A partir de dezembro de 2020:
o Profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a
doentes
o Profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços
críticos
o Profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para
Pessoas Idosas (ERPI) e instituições similares
o Profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados
Continuados Integrados (RNCCI).
A partir de fevereiro de 2021:
o Pessoas de idade ≥50 anos, com pelo menos uma das seguintes
patologias:
Insuficiência cardíaca
Doença coronária
Insuficiência renal (Taxa de Filtração Glomerular <
60ml/min)
(DPOC) ou doença respiratória crónica sob suporte
ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração
o Pessoas com 80 ou mais anos de idade.
Fase 2 (a partir de abril de 2021)
Pessoas de idade ≥65 anos (que não tenham sido vacinadas
previamente)
Pessoas entre os 50 e os 64 anos de idade, inclusive, com pelo menos
uma das seguintes patologias:
o Diabetes
o Neoplasia maligna ativa
o Doença renal crónica (Taxa de Filtração Glomerular > 60ml/min)
o Insuficiência hepática
o Hipertensão arterial
o Obesidade
o Outras patologias com menor prevalência que poderão ser
definidas posteriormente, em função do conhecimento científico
Fase 3 (em data a determinar após a conclusão da segunda fase):
o Toda a restante população elegível, que poderá ser igualmente
priorizada.
Vacina da covid-19 em Portugal: a partir
de Janeiro serão vacinadas 950 mil
pessoas. Conheça os grupos prioritários
É em três fases que a população portuguesa será vacinada para a covid-19.
O coordenador do grupo de trabalho criado pelo Governo para definir o plano
de vacinação, Francisco Ramos, disse que os principais objectivos deste plano
de vacinação são “reduzir a mortalidade” e os “internamentos em unidades de
cuidados intensivos”.
Primeira fase
“O primeiro conjunto de grupos prioritários são pessoas com 50 ou mais anos
com uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária,
insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório, ou
seja, a correspondência exactamente das patologias mais frequentes nos
casos graves da doença . As pessoas residentes em lares e internadas em
unidades de cuidados continuados e respectivos profissionais e, finalmente,
profissionais de saúde directamente envolvidos na prestação de cuidados” e as
forças de segurança.
Quem vai receber primeiro a vacina?
250 Mil: residentes em lares e internados em unidades de cuidados
continuados e respetivos profissionais;
400 Mil: pessoas com 50 ou mais anos com uma das seguintes
patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e
doença respiratória crónica com suporte ventilatório, ou seja, a
correspondência exatamente das patologias mais frequentes nos casos
graves da doença;
300 Mil: profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de
cuidados e forças de segurança genericamente de serviços essenciais
cuja elencagem tem ainda de ser afinada.
As duas fases seguintes
Depois do grupo prioritário seguem-se mais duas fases:
Segunda fase
“Está já proposta a definição para uma segunda fase de dois grupos: pessoas
com 65 ou mais anos sem patologias, reconhecendo que os idosos são o
grupo mais vulnerável. O segundo grupo de pessoas, neste caso a partir dos
50 anos e até aos 64, com o alargamento das patologias – diabetes,
neoplasia maligna ativa, doença renal, insuficiência hepática, obesidade,
hipertensão arterial. A estimativa é a de estarmos a falar de 950 mil pessoas na
primeira fase, 250 mil residentes em lares, internados em unidades de
cuidados continuados e respetivos profissionais, 400 mil pessoas neste grupo
de pessoas com comorbidades e 300 mil pessoas no conjunto de profissionais.
Para a segunda fase, a estimativa é de 1,8 milhões de pessoas com mais de
65 anos e 900 mil pessoas neste grupo com estas características”, explicou o
coordenador da task force, Francisco Ramos.
Segunda fase: pessoas com 65 ou mais anos, que apresentem ou não
problemas de saúde e quem com mais de 50 anos e tenha diabetes, neoplasia
maligna ativa, insuficiência hepática, insuficiência renal,
obesidade hipertensão arterial.
Terceira fase
A terceira fase será encarada como “o resto da população”, explica o
coordenador do grupo de trabalho criado pelo Governo para definir o plano de
vacinação, dizendo que esta estruturação depende do “ritmo de abastecimento”
de vacinas. “Se, por qualquer motivo, esse ritmo for mais lento do que o
cenário base, ter-se-á de voltar a criar novos grupos prioritários e definir um
terceiro grupo”, explicou Francisco Ramos.
Terceira fase: o resto da população se o total de doses assim o permitir.
Caso contrário será necessário criar um novo subgrupo.
Os riscos e efeitos colaterais da
vacina contra a covid-19
Reações normais de vacinação
É normal ter certas reações após uma vacinação: vermelhidão, inchaço ou dor
ao redor do local da injeção. Fadiga, febre, dor de cabeça e dores nos
membros também não são incomuns nos primeiros três dias após a vacinação.
Estas reações normais são geralmente suaves e diminuem após alguns dias.
Mostram, na verdade, que a vacina é eficaz, pois estimula o sistema
imunológico, e o organismo produz anticorpos contra uma infecção "simulada"
pela vacinação.
Reações graves: raridade
Além das reações típicas da vacinação, houve também casos individuais de
efeitos colaterais às vezes graves após a vacinação. Entre eles estão choques
alérgicos, que foram relatados em detalhes pelos desenvolvedores. Mas ainda
se trata de casos isolados.
De modo geral, as vacinas aprovadas são seguras de acordo com a agência de
medicamentos EMA, da União Europeia, a FDA, do governo americano, e a
Organização Mundial da Saúde (OMS). Caso contrário, não teriam aprovado as
vacinas.
Algumas das novas vacinas - as chamadas vacinas de RNA - são
fundamentalmente diferentes das vacinas conhecidas: elas não contêm carga
de vírus, mas apenas uma instrução de construção para um componente do
patógeno covid-19.
Outras são as chamadas vacinas vetoriais, que utilizam adenovírus inofensivos
(como vírus frios que afetam apenas os chimpanzés) como transportadores
para introduzir a proteína de superfície do Sars-CoV-2, e assim desencadear a
resposta imunológica.
As principais vacinas em uso
Durante a fase de aprovação da vacina da Biontech-Pfizer (Alemanha e EUA)
não ocorreram efeitos colaterais graves com a substância ativa BNT162b2. As
reações típicas da vacinação, como fadiga e dor de cabeça, eram menos
frequentes e fracas em pacientes mais velhos.
Desde que esta vacina de RNA está em uso, alguns poucos pacientes entre
centenas de milhares mostraram forte reação alérgica imediatamente após a
injeção. Um paciente nos EUA e dois britânicos chegaram a sofrer o chamado
choque anafilático, associado à vermelhidão da pele e à falta de ar. Como
estes indivíduos não tinham nenhuma doença anterior nem alergias
conhecidas, as autoridades britânicas advertiram pessoas alérgicas contra a
vacinação.
A vacina mRNA-1273, da empresa americana Moderna, é uma vacina muito
semelhante à da BioNTech/Pfizer.
Durante os ensaios clínicos, a vacina foi bem tolerada, de acordo com o
fabricante e as autoridades responsáveis pelos testes. As reações habituais de
vacinação foram apenas leves ou moderadas e de curta duração. Entretanto,
de acordo com um relatório provisório de um painel de monitoramento
independente, a fadiga ocorreu em até 9,7% dos vacinados.
Com a vacina da Moderna, houve também uma reação alérgica em poucos e
paralisia do nervo facial em um número muito pequeno de vacinados.
Entretanto, ainda não está claro se estas reações estão realmente relacionadas
à vacinação. É possível que os efeitos colaterais não tenham sido
desencadeados pelo imunizante, mas por nanopartículas lipídicas que servem
de portadoras para o RNA e são então decompostas pelo corpo.
Na empresa britânico-sueca AstraZeneca, que desenvolveu sua vacina em
parceria com a Universidade de Oxford, um incidente durante testes clínicos
em setembro causou agitação: um paciente sofreu inflamação da medula
espinhal após a vacinação. O processo foi interrompido brevemente até que
um painel independente de especialistas determinou que a inflamação não
estava relacionada à vacinação.
Com a vacina da AstraZeneca, também ocorreram apenas as típicas reações
de vacinação, como dor no local da injeção, dor muscular e dor de cabeça,
além de fadiga. As reações de vacinação foram menos frequentes e mais
suaves em indivíduos mais velhos.
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