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Joana Soares

Vacinação contra a Covid-19

Atualizado: 31 de mai. de 2021

O Plano de Vacinação Covid-19 foi apresentado no dia 3 de dezembro pela

equipa coordenadora que o desenhou, pela Ministra da Saúde e pelo Primeiro-

Ministro. O Governo e a task-force criada para a elaboração do documento

definiram os grupos prioritários a quem a vacina deve ser administrada,

estabeleceram as fases de vacinação, conceberam a logística de todo o

processo e encarregaram-se de garantir a sua segurança.


Os Países Baixos suspenderam domingo, por precaução, a vacina

contra a covid-19 da AstraZeneca, até 28 de março, depois de se terem

registado possíveis efeitos secundários na Dinamarca e na Noruega.


Com base em novas informações, a Autoridade holandesa do medicamento

aconselhou, como medida de precaução e enquanto se aguarda investigação

adicional, a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca contra a

covid-19, anunciou o ministério da Saúde holandês num comunicado citado

pela Agência France Presse.


Para o ministro da saúde holandês, Hugo de Jonge, citado no comunicado, a

questão crucial é de saber se são queixas depois da vacinação ou devido à

vacinação.

Não deve haver dúvidas sobre as vacinas. Devemos sempre ter cuidado, por

isso é aconselhável pressionar o botão de pausa por precaução, acrescentou


De acordo com o ministério da Saúde, não há registo de casos semelhantes

nos Países Baixos. No entanto, a tutela aconselha os cidadãos que tomaram a

vacina a contactarem o seu médico, caso apresentem sintomas inesperados

e/ou desconhecidos" três dias após a vacinação.


De acordo com o ministério da Saúde, não há registo de casos semelhantes

nos Países Baixos. No entanto, a tutela aconselha os cidadãos que tomaram a

vacina a contactarem o seu médico, caso apresentem sintomas inesperados

e/ou desconhecidos três dias após a vacinação.

Os Países Baixos juntam-se assim a outros países europeus onde a vacina da

AstraZeneca foi suspensa.

As autoridades de saúde irlandesas recomendaram ontem a suspensão da

administração da vacina AstraZeneca contra a covid-19 como medida de


precaução, após relatos de casos de formação de coágulos sanguíneos em

pessoas vacinadas na Noruega.

A recomendação do Comité do Programa de Vacinação na Irlanda foi emitida

depois de um relatório da Agência Norueguesa de Produtos de Saúde ter

reportado quatro novos casos graves de coágulos sanguíneos em adultos

depois de terem recebido a vacina do laboratório anglo-sueco.

A Noruega, a Dinamarca e a Islândia anunciaram na quinta-feira a suspensão

das injeções da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, invocando o princípio

da precaução devido aos receios relacionados com a formação de coágulos

sanguíneos.

A Bulgária fez o mesmo na sexta-feira e a Tailândia atrasou a sua campanha.

Já no início desta semana, a Áustria parou de administrar um lote de vacinas

da AstraZeneca após a morte de uma enfermeira, de 49 anos, devido a graves

problemas de coagulação alguns dias após ter sido vacinada.

Em resposta, o grupo farmacêutico disse na sexta-feira que a sua vacina não

implica qualquer risco agravado de formação de coágulos sanguíneos.

Também na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde afirmou que não há

razão para não usar aquela vacina.

Em Portugal, a Direção-Geral de Saúde e o Infarmed afirmaram hoje que a

vacina da AstraZeneca pode continuar a ser administrada, sublinhando que

não há evidência de ligação com os casos tromboembólicos registados noutros

países.

Num comunicado conjunto, a DGS e o Infarmed adiantou que o Sistema de

Farmacovigilância registou até hoje no país dois casos de eventos

tromboembólicos após a tomada da vacina da AstraZeneca, sendo que não

apresentam o mesmo padrão clínico dos que se encontram em avaliação pelo

Comité de Segurança da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.649.334 mortos no mundo,

resultantes de mais de 119,4 milhões de casos de infeção, segundo um

balanço feito pela agência francesa AFP.


Toda a população portuguesa poderá ser vacinada, desde que seja elegível de

acordo com as indicações clínicas aprovadas para cada vacina na União

Europeia. Contudo, foram definidos grupos prioritários, por estarem mais

vulneráveis à COVID-19.

Segundo o plano de vacinação, que pode sofrer alterações em função da

evolução do conhecimento científico e das indicações e contraindicações que


venham a ser aprovadas pela Agência Europeia de Medicamentos, a estratégia

de vacinação será a seguinte:


Fase 1

 A partir de dezembro de 2020:

o Profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a

doentes

o Profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços

críticos

o Profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para

Pessoas Idosas (ERPI) e instituições similares

o Profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados

Continuados Integrados (RNCCI).


 A partir de fevereiro de 2021:

o Pessoas de idade ≥50 anos, com pelo menos uma das seguintes

patologias:

 Insuficiência cardíaca

 Doença coronária

 Insuficiência renal (Taxa de Filtração Glomerular <

60ml/min)

 (DPOC) ou doença respiratória crónica sob suporte

ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração


o Pessoas com 80 ou mais anos de idade.


Fase 2 (a partir de abril de 2021)

 Pessoas de idade ≥65 anos (que não tenham sido vacinadas

previamente)

 Pessoas entre os 50 e os 64 anos de idade, inclusive, com pelo menos

uma das seguintes patologias:

o Diabetes

o Neoplasia maligna ativa

o Doença renal crónica (Taxa de Filtração Glomerular > 60ml/min)

o Insuficiência hepática

o Hipertensão arterial

o Obesidade

o Outras patologias com menor prevalência que poderão ser

definidas posteriormente, em função do conhecimento científico


Fase 3 (em data a determinar após a conclusão da segunda fase):

o Toda a restante população elegível, que poderá ser igualmente

priorizada.


Vacina da covid-19 em Portugal: a partir

de Janeiro serão vacinadas 950 mil

pessoas. Conheça os grupos prioritários


É em três fases que a população portuguesa será vacinada para a covid-19.

O coordenador do grupo de trabalho criado pelo Governo para definir o plano

de vacinação, Francisco Ramos, disse que os principais objectivos deste plano

de vacinação são “reduzir a mortalidade” e os “internamentos em unidades de

cuidados intensivos”.


Primeira fase

“O primeiro conjunto de grupos prioritários são pessoas com 50 ou mais anos

com uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária,

insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório, ou

seja, a correspondência exactamente das patologias mais frequentes nos

casos graves da doença . As pessoas residentes em lares e internadas em

unidades de cuidados continuados e respectivos profissionais e, finalmente,

profissionais de saúde directamente envolvidos na prestação de cuidados” e as

forças de segurança.

Quem vai receber primeiro a vacina?

 250 Mil: residentes em lares e internados em unidades de cuidados

continuados e respetivos profissionais;

 400 Mil: pessoas com 50 ou mais anos com uma das seguintes

patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e

doença respiratória crónica com suporte ventilatório, ou seja, a

correspondência exatamente das patologias mais frequentes nos casos

graves da doença;


 300 Mil: profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de

cuidados e forças de segurança genericamente de serviços essenciais

cuja elencagem tem ainda de ser afinada.


As duas fases seguintes

Depois do grupo prioritário seguem-se mais duas fases:


Segunda fase

“Está já proposta a definição para uma segunda fase de dois grupos: pessoas

com 65 ou mais anos sem patologias, reconhecendo que os idosos são o

grupo mais vulnerável. O segundo grupo de pessoas, neste caso a partir dos

50 anos e até aos 64, com o alargamento das patologias – diabetes,

neoplasia maligna ativa, doença renal, insuficiência hepática, obesidade,

hipertensão arterial. A estimativa é a de estarmos a falar de 950 mil pessoas na

primeira fase, 250 mil residentes em lares, internados em unidades de

cuidados continuados e respetivos profissionais, 400 mil pessoas neste grupo

de pessoas com comorbidades e 300 mil pessoas no conjunto de profissionais.

Para a segunda fase, a estimativa é de 1,8 milhões de pessoas com mais de

65 anos e 900 mil pessoas neste grupo com estas características”, explicou o

coordenador da task force, Francisco Ramos.


Segunda fase: pessoas com 65 ou mais anos, que apresentem ou não

problemas de saúde e quem com mais de 50 anos e tenha diabetes, neoplasia

maligna ativa, insuficiência hepática, insuficiência renal,

obesidade hipertensão arterial.


Terceira fase

A terceira fase será encarada como “o resto da população”, explica o

coordenador do grupo de trabalho criado pelo Governo para definir o plano de

vacinação, dizendo que esta estruturação depende do “ritmo de abastecimento”

de vacinas. “Se, por qualquer motivo, esse ritmo for mais lento do que o

cenário base, ter-se-á de voltar a criar novos grupos prioritários e definir um

terceiro grupo”, explicou Francisco Ramos.


Terceira fase: o resto da população se o total de doses assim o permitir.

Caso contrário será necessário criar um novo subgrupo. 


Os riscos e efeitos colaterais da

vacina contra a covid-19


Reações normais de vacinação

É normal ter certas reações após uma vacinação: vermelhidão, inchaço ou dor

ao redor do local da injeção. Fadiga, febre, dor de cabeça e dores nos

membros também não são incomuns nos primeiros três dias após a vacinação.

Estas reações normais são geralmente suaves e diminuem após alguns dias.

Mostram, na verdade, que a vacina é eficaz, pois estimula o sistema

imunológico, e o organismo produz anticorpos contra uma infecção "simulada"

pela vacinação.


Reações graves: raridade

Além das reações típicas da vacinação, houve também casos individuais de

efeitos colaterais às vezes graves após a vacinação. Entre eles estão choques

alérgicos, que foram relatados em detalhes pelos desenvolvedores. Mas ainda

se trata de casos isolados.

De modo geral, as vacinas aprovadas são seguras de acordo com a agência de

medicamentos EMA, da União Europeia, a FDA, do governo americano, e a

Organização Mundial da Saúde (OMS). Caso contrário, não teriam aprovado as

vacinas.

Algumas das novas vacinas - as chamadas vacinas de RNA - são

fundamentalmente diferentes das vacinas conhecidas: elas não contêm carga

de vírus, mas apenas uma instrução de construção para um componente do

patógeno covid-19.

Outras são as chamadas vacinas vetoriais, que utilizam adenovírus inofensivos

(como vírus frios que afetam apenas os chimpanzés) como transportadores

para introduzir a proteína de superfície do Sars-CoV-2, e assim desencadear a

resposta imunológica.


As principais vacinas em uso

Durante a fase de aprovação da vacina da Biontech-Pfizer (Alemanha e EUA)

não ocorreram efeitos colaterais graves com a substância ativa BNT162b2. As

reações típicas da vacinação, como fadiga e dor de cabeça, eram menos

frequentes e fracas em pacientes mais velhos.

Desde que esta vacina de RNA está em uso, alguns poucos pacientes entre

centenas de milhares mostraram forte reação alérgica imediatamente após a

injeção. Um paciente nos EUA e dois britânicos chegaram a sofrer o chamado

choque anafilático, associado à vermelhidão da pele e à falta de ar. Como

estes indivíduos não tinham nenhuma doença anterior nem alergias

conhecidas, as autoridades britânicas advertiram pessoas alérgicas contra a

vacinação.

A vacina mRNA-1273, da empresa americana Moderna, é uma vacina muito

semelhante à da BioNTech/Pfizer.

Durante os ensaios clínicos, a vacina foi bem tolerada, de acordo com o

fabricante e as autoridades responsáveis pelos testes. As reações habituais de

vacinação foram apenas leves ou moderadas e de curta duração. Entretanto,

de acordo com um relatório provisório de um painel de monitoramento

independente, a fadiga ocorreu em até 9,7% dos vacinados.

Com a vacina da Moderna, houve também uma reação alérgica em poucos e

paralisia do nervo facial em um número muito pequeno de vacinados.

Entretanto, ainda não está claro se estas reações estão realmente relacionadas

à vacinação. É possível que os efeitos colaterais não tenham sido

desencadeados pelo imunizante, mas por nanopartículas lipídicas que servem

de portadoras para o RNA e são então decompostas pelo corpo.

Na empresa britânico-sueca AstraZeneca, que desenvolveu sua vacina em

parceria com a Universidade de Oxford, um incidente durante testes clínicos

em setembro causou agitação: um paciente sofreu inflamação da medula

espinhal após a vacinação. O processo foi interrompido brevemente até que

um painel independente de especialistas determinou que a inflamação não

estava relacionada à vacinação.

Com a vacina da AstraZeneca, também ocorreram apenas as típicas reações

de vacinação, como dor no local da injeção, dor muscular e dor de cabeça,

além de fadiga. As reações de vacinação foram menos frequentes e mais

suaves em indivíduos mais velhos.



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